Mais uma vez, boicote, sacanagem e manipulação, usando a luta dos trabalhadores em educação como palanque eleitoral! No último dia 29/05, o Sind-UTE/MG convocou uma assembleia com indicativo de greve dos trabalhadores em educação da rede estadual de Minas Gerais, onde ficou decidido na assembleia, a paralisação nos dias 4 a 6 de junho e nos dias 11 a 13 de junho. Como de praxe, o palanque eleitoral foi montado na assembleia, antes da votação, a coordenação do sindicato colocou para falar, seus candidatos e conciliadores, sem um limite de tempo, enquanto para os trabalhadores foi limitado a intervenção em 5 minutos em no máximo 10 inscrições – critério criado para frear a revolta da categoria.
No mesmo dia 29/05 uma manobra foi realizada no momento da votação, colocando como principal proposta a paralisação nos moldes acima sublinhado e, a segunda proposta, a de iniciar uma greve por tempo indeterminado. Em uma votação rápida e confusa, aprovou-se a vontade da cúpula e não da categoria, pois não deixou claro à categoria, o que estava sendo votado. Ainda na assembleia, pudemos notar a manobra, já que vários professores não sabiam explicar o que se votou.
Esses falsificadores da democracia, nada fizeram além de propor que os professores realizem paralisações e atividades, para favorecerem seus candidatos no palanque eleitoreiro e a pressionar os seus “opositores”, ou seja, utilizam a luta dos valorosos trabalhadores em educação como trampolim eleitoral e sabem que se desatar uma greve agora, com maior combatividade, pode prejudicar o ´projeto eleitoreiro e a pauta pode se ampliar, já que a luta contra o “novo ensino médio” é a bandeira dos estudantes e da comunidade escolar, pois visa sucatear ainda mais o ensino público e fechar turmas em escolas tradicionais, como é o caso da Escola Estadual Tito Fulgêncio.
Temem que a greve estadual da educação, ainda que contra o governo reacionário de Romeu Zema (“Novo”), se unifique com a vigorosa luta dos trabalhadores na educação e técnicos da rede federal e isso, possa desgastar o gerente-mor Luiz Inácio e a sua demagogia da “governabilidade”. Buscam sabotar as formas de lutas da categoria, principalmente as que fujam de seus controles, como é o caso da Greve de Ocupação.
Usam argumentos como: “não é o momento de fazer greve”, ou então: “os professores do interior não conseguem manter uma greve”. Tudo isso, porque se a categoria se unificar com a comunidade escolar e os estudantes, os oportunistas e o cretinismo parlamentar, necessitam de palanques, para catapultar os seus candidatos.
Os trabalhadores em educação, estão fartos de verem a luta da categoria jogadas no pântano eleitoral, onde as ratazanas conciliadoras habitam. Fartos de assembleias manipuladas pela cúpula burocrata da coordenação do Sind-Ute/MG, infrutíferas e greves que dão pouco ou nenhum resultado, como foram as de 2018 e 2022, onde foi arrancado a obrigatoriedade de obedecerem a lei e pagarem o piso nacional da educação e até hoje, seguimos lutando. Talvez esteja aí a desconfiança da categoria, expressa no esvaziamento das assembleias.
Ao finalizarmos essa nota, afirmamos: o Estado não teme as greves de “pijamas”, na realidade as utiliza para jogar os estudantes e pais contra a categoria. É necessário que nos levantemos, para mobilizar, politizar e organizar pais, estudantes e professores a nível local. Tornar cada escola, cada bairro, trincheira de luta em defesa da educação publica, gratuita e a serviço do povo. Tomar as escolas e fazer greve de ocupação, para barrar o avanço do seu sucateamento e na defesa do direito de ensinar e aprender, como ocorreu em 2015 em São Paulo que barrou o fechamento de escolas e em 2016 por estudantes de todo o Brasil, que impediram a aprovação e aplicação do “NEM” à época. E hoje mais do que nunca, este é o clamor que se faz necessário em todo país!
Abaixo o oportunismo eleitoreiro e o jogo de conciliação na educação!
Viva a luta de resistência contra a implantação do “NEM”!
Por um Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação!
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