Nos dias 05 e 06 de outubro, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e Região, realizou o seu XIII Congresso sob a direção da Chapa Marreta, que retomou o Sindicato para as mãos dos trabalhadores desde 30 de novembro de 1988, pondo fim há 24 anos de intervenção civil/militar na entidade.
O XIII Congresso Marreta ocorreu na sede do sindicato, situada na Rua Além Paraíba, 425, bairro Lagoinha em BH. A abertura contou com a presença dos delegados, operários e familiares, mas também com a presença de vários convidados de diversas regiões do País. Exatamente às 9h da manhã, ao iniciar a abertura do XIII Congresso, o presidente da Entidade, Afonso José do Rosário, convidou para auxiliá-lo como Mestre de Cerimônia o Dr. Nicolau (Presidente da Associação Brasileira dos Advogados do Povo – Gabriel Pimenta – ABRAPO), que convidou as várias entidades para a 1ª mesa, que contou com representantes da seguintes entidades: Liga Operária, Frente Revolucionária dos Direitos do Povo (FRDDP), Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UVLJR), Liga dos Camponeses Pobres (LCP), Associação Brasileira dos Advogados do Povo – Gabriel Pimenta (ABRAPO), Executiva Mineira dos Estudantes de Pedagogia (ExMEP), Sindicato de Docentes do Centro Federal de Educação e Tecnologia de Minas Gerais (SINDCEFET-MG), Sindicato Uníco dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais – Sind-UTE/MG – Subsede Vespasiano e São José da Lapa, Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação de Goiás – MOCLATE-GO, de São Paulo, Paraná, Norte de Minas e Pernambuco, Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, Comitê de Apoio Ao Jornal A Nova Democracia de Santos, Petroleiros do Rio de Janeiro e Santos, dentre outros.
Ao formar essa representativa mesa de abertura, o Presidente Afonso, convocou os presentes a se colocarem de pé para cantarem o hino do proletariado, A Internacional, que foi entoada com vigor no salão da entidade. O salão estava decorado com imagens de memoráveis lutas e um Banner que trazia a seguinte consigna: “Resistir à ofensiva reacionária e à colaboração de classes do oportunismo, elevando a organização da classe”. As vozes operárias ecoaram no histórico bairro Lagoinha, com um tom mais firme, pois a diretoria do Sindicato estava abrindo um importante Congresso para debater a situação política Internacional e Nacional, além de ser realizado na véspera da farsa eleitoral, para debater as questões da categoria, ou seja, debateu-se a situação do proletariado, que é internacional.
Ao término do entoar de A Internacional, os operários deram vivas à realização do XIII Congresso, ao Proletariado Internacional, à Aliança Operário-camponesa e à heroica resistência do povo palestino. Antes de passar às saudações das entidades presentes, o Dr. Nicolau leu a saudação da Diretoria do Sindicato/Marreta, que ressaltou aos: ”…participantes do XIII Congresso da Marreta, saudamos a todo o proletariado internacional, todas as massas exploradas e oprimidas em todo mundo.”, dessa forma fez uma especial saudação ao povo palestino, que resiste há um ano contra a besta-fera nazi-sionista: “Saudamos de forma especial e efusiva o bravo e heroico povo palestino, que há 80 anos resiste contra o invasor sionista, que age a serviço do imperialismo ianque (EUA). Saudamos a magistral ação militar de contraofensiva de 07 de outubro, conhecida como o Dilúvio de Al-Aqsa, que mostrou ao mundo a determinação de um povo que enfrenta a besta-fera do Estado sionista-nazista e genocida de Israel, escrevendo com fogo e sangue as páginas da luta de classes, que com seu sacrifício escancara ao mundo o genocídio que sofre há décadas pela ação deste Estado bandido.
Afirmando ainda que: “A luta de libertação da Palestina, dirigida pelas organizações revolucionárias e nacionalistas, por meio da luta armada de resistência e libertação nacional como único caminho para todas as nações e povos oprimidos do mundo e nos mostra ainda que o imperialismo e todos os seus lacaios são tigres de papel.”
Saudando ainda os povos em luta pela libertação no Peru, Índia, Turquia e Filipinas dirigidas por Partidos Comunistas maoístas. Nesse sentido também saudou a luta no campo, onde reside a principal contradição nos dias de hoje em nosso país: “… Saudamos o nosso bravo povo camponês, aos povos indígenas e remanescentes quilombolas, na sagrada luta pela terra, através da Revolução Agrária, defendida e aplicada pela Liga dos Camponeses Pobres, que está em guerra contra a classe de latifundiários parasitas da nação e ladrões de terras da União e o velho Estado brasileiro, pela destruição do latifúndio e entrega das terras aos camponeses pobres sem-terra e com pouca terra.”
Também não pode faltar a saudação à juventude combatente e às mulheres: “… Saudamos a brava juventude combatente, em luta contra a destruição do Ensino Público gratuito, através de combativas greves de ocupação. Saudamos as mulheres trabalhadoras de nosso povo, que lutam ombro a ombro com os homens para se libertarem de toda a exploração e opressão, características de uma sociedade patriarcal, machista, misógina que pesa sobre seus ombros há milênios e há séculos em nosso País….”, bem como a saudação à todas as entidades classistas e combativas e reafirmando o seu posicionamento frente à luta de classes: “… Saudamos às entidades presentes. Enfim, saudamos todos os que lutam pela construção de uma nova sociedade e um novo mundo. …”
Ainda denuncia a manobra da patronal ao fazer as compensações de horas para recesso de fim de anos e reafirma o seu compromisso contra a farsa eleitoral e a luta por levantar às massas contra essa ilusão: “… A importância desse Congresso é muito grande, principalmente pelo momento que estamos vivendo onde a massa trabalhadora necessita de uma direção consequente e só a alcançaremos, se debatermos de forma coletiva os problemas da classe, frente aos constantes ataques da patronal e dos governos de turno. Esclarecemos ainda que o calendário da luta de classes, não deve se limitar à farsa eleitoral que de tempos em tempos, o sistema nomear um gerente de turno, para administrar os municípios, os estados e o país, vendendo ilusão ao povo, como faz o pelego-mor Luiz Inácio, que prometeu revogar as “contrarreformas” e o que faz é beneficiar a grande burguesia e o latifúndio, seguindo o plano de contenção das massas e assim, tentam evitar com que elas se levantem de forma mais consequente contra toda essa podridão. …”
Logo em seguida, às entidades realizaram suas saudações, agradecendo a diretoria do Sindicato/Marreta pelo convite e da simbologia que tinha o congresso se iniciar no dia 05 de outubro em plena véspera da farsa eleitoral o seu término na véspera de um ano do Dilúvio de Al-Aqsa de 07 de outubro, quando as Forças de Resistência do Povo Palestino, iniciou a sua contraofensiva militar contra as agressões do velho Estado nazi-sionista e genocida de Israel. Em debates acalorados e em sintonia os diversos representantes fizeram suas saudações, ao término da 1ª mesa, a mesma fora desfeita e foi convidado para fazer sua explanação da Situação Política Internacional e Nacional o Representante do Núcleo de Estudo do Marxismo-Leninismo-Maoísmo, que de forma brilhante expôs as principais contradições que ocorrem no mundo hoje, exaltando mil vezes a heroica resistência do povo palestino, que tem resistido bravamente contra os ataques genocidas do Estado nazi-sionista de Israel, apontando-a como “o grande farol, que ilumina as massas do mundo inteiro, colocando por terra as choramingas de que o imperialismo é forte e invencível.” Apontando as massas como a única força invencível e de que se o imperialismo tem as armas e seus exércitos, as massas tem o homem, guiado pela sua indestrutível “ideologia todo poderosa, porque científica e verdadeira” e afirmando que é tarefa de todos os lutadores do povo que lutam contra as injustiças e de que a contraofensiva militar dos palestinos, colocou na ordem do dia a principal contradição de hoje que é a que opõe povos e nações oprimidas ao imperialismo e com a generosa cota de sangue do povo palestino, levará as massas do mundo inteiro a se levantarem, porque o imperialismo, principalmente ianque está podre, pois se encontra em seu último estágio, o parasitário e em decomposição e por isso, estão desesperados e criminalizando todos que defendem as justas revoltas dos povos.
Na questão nacional, falou da crise política, econômica, Social e militar que o Brasil está vivendo com essa falsa polarização entre a falsa esquerda eleitoreira x extrema-direita bolsonarista, explicando as tarefas reacionárias desses sabujos do imperialismo, apontando como a contradição principal do país a que coloca camponeses pobres sem-terra ou com pouca terra x Latifúndio, pois é a contradição secular que existe no país e por isso é a que temos de acabar, destruindo o latifúndio e toda sua estrutura baseada na propriedade da terra, conseguida através da grilagens e roubo de terras, garantidos pelas arcaicas leis de Sesmarias. Chamou a atenção à colonização brasileira e toda sua história no que trata da questão agrária, sempre foi através de disputas violentas e guerras pela posse e afirmando que hoje não é diferente, pois, no campo está ocorrendo sangrentas batalhas de uma guerra não reconhecida, mas que nos últimos anos, com o advento da agitação da extrema-direita enraivecida e instigada pelos bolsonaristas, o conflito agrário tem aumentado e se radicalizado, mas que a própria história mostra isso e não há outro caminho, pois o latifúndio não acabará por decreto, só com luta e para isso a vanguarda camponesa já mostra que não vai recuar e de que ao longo dos anos, pode aprender com os incontáveis exemplos desde a Confederação dos Tamoios, Quilombo dos Palmares, Batalha dos Guararapes, Conjuração Mineira, Confederação do Equador, Guerra de Canudos, Balaiada, Caldeirão e Pau de Colher, Contestado, Trombas e Formoso dentre outras. Ao final de sua exposição, fora aplaudido de forma efusiva pelos delegados e convidados. Na reabertura dos trabalhos na parte da tarde, foi realizado o debate sobre a Situação Política e várias pessoas interviram, saudando a apresentação do representante do Núcleo de Estudo do marxismo-leninismo-maoísmo e em seguida, foi realizado a leitura e debate das teses do XIII Congresso, que foram debatidas com afinco pelos delegados e também foi realizado em outro ambiente da entidade a reunião da Coordenação Nacional da Liga Operária, que debateu as teses do 3º Congresso, fazendo um balanço dos últimos períodos, principalmente após a experiência do governo do oportunismo, da ascensão da direita e da extrema-direita bolsonorista, com base na prática, pode-se comprovar a acertada análise da linha política geral debatida em 2006, onde buscou extrair a essência das principais lutas, que não se iniciaram em 2013, mas como um processo em desenvolvimento, desde a ruptura com o Sindicalismo de Estado em 1995.
No domingo dia 06, os debates seguiram, a diretoria do Sindicato/Marreta fez um grande debate sobre a jornada de lutas, tratando da data-base e da necessidade de aumentar organização nos locais de trabalho, acima de tudo nos locais de moradias, para aumentar a vigilância e resistir aos ataques da patronal e dos governos de turno. Os debates das teses do XIII Congresso Marreta, foram levados à votação, onde referendou o Balanço Histórico da Entidade, que vai desde a retomada do Sindicato pela Chapa Marreta em 30 de novembro de 1988 aos dias de hoje (veja o caderno de teses do XIII Congresso). Vejam as deliberações:
– Organizar a categoria nos locais de trabalho e de moradia;
– Apoiar as lutas populares, especialmente a luta pela terra, construir e reforçar a aliança operário-camponesa;
– Construir o Departamento Feminino no Sindicato, para organizar as mulheres da categoria;
– Intensificar as agitações e reuniões nos canteiros de obras e preparar a categoria a resistir contra os ataques e se necessário à Greve;
– Buscar fazer cursos e acompanhamentos da CIPA, que hoje são inoperantes, para combater a precarização do setor;
– Retorno da Escola Popular, para preparar os trabalhadores à enfrentarem o mercado de trabalho, mas também aumentar a autonomia do trabalhador, com cursos de alfabetização e formação política;
– Não utilizar o Sindicato para apoio a candidatos políticos na Farsa Eleitoral e nem atuar com fins eleitoreiros;
– Criar formas de autossustentação e aumentar o número de sócios e sistematicamente cobrar a cota negocial, como forma de fortalecimento da entidade;
– Elevar com profundidade a luta de crítica e autocrítica, tendo a autocrítica como principal, pois só ao reconhecermos os nossos erros e ao repararmos é que poderemos dar novos saltos na nossa organização de classe;
– Criar o sábado cultural, para que os trabalhadores possam desenvolverem atividades culturais, com a Capoeira, Teatro, Hip-Hop, Esporte e Lazer, entre outras;
– Proposta de analisar o horário de funcionamento do Sindicato, para atender melhor a categoria.
A reunião da Coordenação Nacional da Liga Operária se estendeu até às 18H, onde de forma classista se fez uma análise aprofundada da formação do sindicalismo brasileiro, debatendo os momentos classistas e combativos, contrapondo o caminho da conciliação, principalmente desde os levantes operários de 1979, onde o país vivia sob o jugo do regime civil/militar fascista e se encontrava em uma encruzilhada, na dita reabertura, lenta, gradual e segura, proposta pelo Alto Comando das Forças Armadas, tendo como estrategista, o general Golbery, que plantou no seio da classe operária o pelego-Mor Luiz Inácio, que juntamente com “ex-guerrilheiros” arrependidos, buscou tomar o atalho, levando as massas ao caminho da conciliação e ao jogo eleitoral. Por outro lado, pode analisar a intervenção direta dos fundadores da Liga Operária, que surgiram e foram forjados na luta de classes, apontando o caminho da luta e não o da conciliação.
Nesse debate, o mais importante foi a visão crítica, mas principalmente a autocrítica dos ativistas e dirigentes da Liga Operária, que de certa forma, apesar de terem a linha político-ideológica bem esclarecido, houve casos de excessos, incorrendo em erros de economicismo e ativismo frenético sem levar em conta o construir uma Frente em defesa do povo pobre – embora a prática tenha sido marcada de combatividade. A reunião toma posição a esses erros e faz adendos ao caderno de teses do 3º Congresso da Liga Operária (que logo será postado no site da entidade), foi reafirmado os princípios que norteiam a Liga Operária de que: 1) As massas fazem a história. 2) A luta reivindicativa é impo 1) As massas fazem a história. 2) A luta reivindicativa é importante, mas o principal é o poder. 3) Combater o oportunismo como perigo principal. 4) Rebelar-se é justo. 5) Apoiar-se nas próprias forças. Reafirmando sua posição classista, em defesa do Internacionalismo Proletário, tem como exemplo o apoio aos povos em luta em todo mundo, principalmente no Peru, Índia, Turquia e Filipinas e a defesa da luta do proletariado internacional, mirando como farol da luta de classes o exemplo do povo palestino e a criação da Liga Anti-imperialista, bem como, ampliar o apoio à luta camponesa solidificando ainda mais a aliança operário-camponesa e principalmente a luta pela Greve Geral de Resistência Nacional.
Ao final da Reunião da Coordenação Nacional da Liga Operária, encerrou-se com o mais alto nível de integração e unidade classista, com representantes da construção civil, petroleiros, trabalhadores em educação, plásticos, rodoviários dentre outros, cantando a plenos pulmões Bandeira Rubra.
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