Viva Zumbi dos Palmares, Herói do Povo Brasileiro! Viva o Dia do Povo Preto!

Introdução por Liga Operária

Como parte das celebrações do Dia do Povo Preto (20/11), publicamos importante documento da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia com o intuito de resgatar a memória de Zumbi dos Palmares, grande chefe militar e defensor dos direitos do povo preto. “Liberta todos ou ninguém será livre”!

Importância gigantesca para a Liga Operária tem  este dia, pois o povo preto foi a primeira classe trabalhadora de nosso país. A situação de miséria que estão submetidos, com baixo salários na construção civil e com o genocídio perpetuado pelo velho Estado nas favelas representa tudo aquilo que Elza Soares cantou em uma de suas canções mais famosas: “A carne mais barata do mercado é a carne negra!”

Além disso, o povo preto forma a imensa maioria da classe operária em nosso país. Como exemplo vivo disso, temos Orocílio Martins Gonçalves, tratorista da construção civil assassinado pela repressão policial em 1979 na Rebelião dos Pedreiros, que desafiou os milicos no poder e impôs o terror nas classes dominantes locais de Belo Horizonte e Região Metropolitana.

Somente uma Revolução de Nova Democracia poderá alterar a situação que o povo preto vive em nosso país: dar emprego e salários dignos, moradia e lazer, e o  fim de todo o podre e arcaico preconceito racial que ainda impera em nossa sociedade devido aos obscurantismo e a negação da ciência pelas classes dominantes!

 

 

Viva Zumbi dos Palmares, Herói do Povo Brasileiro! 

Viva o Dia do Povo Preto! 

A Liga dos Camponeses Pobres saúda o dia 20 de novembro exaltando a heroicidade do líder guerreiro Zumbi dos Palmares! Saudamos a história de resistência dos quilombos contra a escravidão e pela construção de uma vida livre sem exploração e opressão. 

É dia de saudar e reafirmar o exemplo de luta e resistência do povo preto em nosso país, que é a imagem e semelhança das classes populares do Brasil; e terá sua libertação particular, enquanto grupo étnico massacrado pelo sistema de exploração imperialista, com a vitória da revolução de todo povo oprimido, do qual os negros fazem parte e são maioria.

O Brasil foi o território que mais “recebeu” africanos escravizados. Mais de 6 milhões de homens e mulheres foram sequestrados de suas nações de origem no continente africano, trazidos em condições de indescritível crueldade pelos colonizadores, torturados cotidianamente e obrigados ao trabalho forçado. Por mais de 300 anos os negros foram escravizados nesse país. Gerações e mais gerações nascidas escravas e vendidas como uma mercadoria, famílias inteiras separadas à força, degradadas em sua condição humana, tratadas pior do que animais.

Juntamente com os povos originários, as populações indígenas, os negros foram os primeiros trabalhadores do Brasil, compuseram a primeira classe social oprimida e explorada que construiu toda a riqueza do sistema colonial e sua exploração serviu para erguer e consolidar o desenvolvimento do sistema capitalista e imperialista. O povo preto constitui o núcleo das forças da Revolução Brasileira, como maioria da classe operária e camponesa. Sendo toda sua história de luta pela liberdade como um prenúncio da luta que essa enorme e poderosa massa negra, que conforma a aliança operária-camponesa, que tem desencadeado ao longo dos séculos lutas de libertação, e que estão desencadeando as lutas para levar a Revolução de Nova Democracia até o fim.

A luta pela autoafirmação do povo preto e toda sua história e cultura, a luta por enfrentar o genocídio do povo preto nas grandes cidades e no campo despertará como nunca ao longo de nossa história a fúria revolucionária organizada e invencível. Ressentimentos, desejos de vingança e fúria que há séculos vem sendo represadas pela mais brutal repressão, a ferro e fogo, das classes dominantes exploradoras e opressoras. E não poucas vezes em seus levantamentos têm sido desviadas pela ação do oportunismo, com seus discursos adocicados de intelectuais pequeno-burgueses divisionistas, corporativistas e racistas, atados e como parte complementar desse velho Estado burguês-latifundiário serviçal do imperialismo.

A questão racial está historicamente vinculada à questão social, em particular a questão agrária, da propriedade da terra. Terra de onde os povos indígenas foram expulsos pela invasão dos conquistadores portugueses. Terra de onde o trabalho, suor e sangue do povo preto escravizado, extraíram as riquezas para o reino de Portugal e para Inglaterra. Terra que nos 522 anos de história de  nosso país foi saqueada e negada ao povo pobre, negada aos negros pela famigerada lei de terras de 1850, vigente até os dias atuais, para enfim negar terra a todos os camponeses pobres! Assim nos encontramos em pleno século XXI e a questão agrária no Brasil permanece inalterada.

A Revolução é o único caminho para libertar toda a classe explorada e demais massas populares e saldar definitivamente essa dívida de humanidade com o povo preto e todos os povos oprimidos e explorados de nosso país e de todo mundo.

Convocamos camponeses, remanescentes de quilombolas e povos indígenas a lutar pela destruição do latifúndio! Tomar todas as terras do latifúndio e distribuir em parcelas aos camponeses pobres sem terra ou com pouca terra e aos quilombolas; impulsionar a produção e a comercialização. Apoiar e defender a justa luta dos povos indígenas pela retomada e autodemarcação de suas terras ancestrais.

Viva a Revolução Agrária!

Viva a aliança operária-camponesa-quilombola-indígena!

Terra, água, pão, justiça e Nova Democracia!

Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia

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