No dia 14 de novembro de 2024, o governador Zema através de seu vice, Mateus Simões, protocolou na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) proposta para privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), estatais responsáveis pela distribuição de energia elétrica e água respectivamente.
O governo anti-povo de Zema (NOVO) sempre teve o objetivo de privatizar as estatais minerais para dar de mão beijada às grandes empresas privadas, normalmente vinculadas ao capital estrangeiro e em raras exceções de investimento fundamentalmente nacional.
Vários exemplos reforçam que a privatização das estatais não trazem benefício algum para a melhoria na qualidade de vida das classes trabalhadoras do povo. Pelo contrário, servem apenas para os grandes empresários aumentarem seus lucros com serviços essenciais que o povo é obrigado a usar e deveria ser oferecido pelo Estado!
Para ilustrar melhor o que temos denunciado, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) foi privatizada em 2021 no valor de 22,6 R$ bilhões de reais e teve como consequências, agora em 2024: “falta d’água, rompimento em série de adutoras que se espalham pelas periferias, morros chegando até os bairros da classe média, além da tarifa, que aumentou o dobro da inflação, com autorização da Agência Reguladora (Agenersa).”¹
Em Minas Gerais, a o metrô foi vendido pelo mísero valor de 25,7 R$ milhões de reais. Para se ter uma noção: “Em dezembro de 2012, foram comprados dez trens, com quatro vagões cada, por R$ 171,9 milhões, o que, na média, representaria cerca de R$ 17,2 milhões por trem – ou seja, valor relativamente próximo ao que será seja desembolsado pela Comporte.”² Após a venda, os usuários do transporte público em BH não viram uma melhoria sequer: mais horários, aumento da linha por quilômetro, nada! E ainda tiveram que engolir aumento de 29,4% na tarifa!
Para fechar com chave de ouro, em 11 de Outubro de 2024, mais de 2,1 milhões de moradores da cidade de São Paulo ficaram sem energia elétrica. Vários sindicalistas tem afirmado que a privatização da empresa levou a demissão de vários trabalhadores que eram responsáveis pela manutenção da energia elétrica. “Em 2022 eram 17.475 trabalhadores, sendo 13.034 terceirizados e 4.441 próprios. No terceiro trimestre de 2023, a Enel São Paulo reduziu este número para 15.366 trabalhadores, sendo 11.503 terceirizados e 3.863 próprios. No seu balanço consolidado de 2023, a empresa reportou 15.721 trabalhadores. Como comparação, em 2020 eram quase 27 mil – uma redução de quase 11 mil trabalhadores.”³
Temos denunciado constantemente que nas esferas federais, estaduais, e municipais todos os gerenciamentos de turno têm aplicado constantemente a política do “sucatear para privatizar” que significa: retirar investimentos dos setores públicos, particularmente das estatais, reduzindo salários e quadro de funcionários administrativos, justificando a piora nos seus serviços para entrar em cena as “milagrosas” empresas privadas, ou como acontece na Educação, as Organizações da Sociedade Civil (OSC’s).
O governo Zema alterou para 2025 a votação na ALMG da proposta de privatização da CEMIG e COPASA, o que dá mais tempo aos lutadores classistas para que preparem uma grande jornada de lutas contra mais esse ataque ao povo!
Devemos mobilizar e denunciar amplamente essas privatizações como ataque aos direitos da população de possuir serviço público e gratuito! Além disso, mobilizar os trabalhadores dessas estatais para que se organizem, seja através do Sindicatos ou independentemente, para que lutem contra a privatização, pois ela representa um grave risco aos seus empregos, diminuição de salários e completo fim de estabilidade!
Além da mobilização e denúncia, devemos desde já politizar trabalhadores e trabalhadoras convocando a construir a Greve Geral de Resistência Nacional com o objetivo de revogar as “Reformas” Trabalhista e da Previdência, botar abaixo a esgotante escala 6×1, unindo todo o povo nas cidades com a luta camponesa que também tem lidado com os ataques à aposentadoria, e mais do que isso, com os bandos paramilitares armados bolsonaristas.
Pela Greve Geral de Resistência Nacional!
Abaixo as “reformas” Trabalhista e da Previdência!
CEMIG e COPASA pertencem ao povo! Não à privatização!
Viva a aliança operário-camponesa!
Notas:
1 https://horadopovo.com.br/ctb-rj-tres-anos-apos-privatizacao-da-cedae-tarifa-subiu-o-dobro-da-inflacao-e-povo estadesamparado/#:~:text=AUMENTO%20DE%20TARIFAS&text=%E2%80%9CO%20que%20levou%20a%20Agenersa,%2C%20cobra%20a%20CTB%2DRJ
2 https://midianinja.org/zema-entrega-metro-de-bh-a-preco-de-banana-a-iniciativa-privada-em-leilao/
3 https://sintaemasp.org.br/noticias/apagao-privatizacao
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