Desmascarar a matemática do arrocho salarial e preparar a Greve Geral de Resistência Nacional!

Manifestação da Greve Geral entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) junho/julho de 2019

Em um país de capitalismo burocrático, onde as classes dominantes (grande burguesia e latifúndio), estão a serviço do imperialismo, principalmente do imperialismo ianque (Estados Unidos), que atravessa uma crise sem precedentes, pois encontra-se em fase de decomposição e para garantir uma sobrevida, impõe aos gerenciamentos de suas colônias e semicolônias, os mais bárbaros planos de austeridades, como no Brasil, as “reformas trabalhistas e previdenciária”, os Pacotes de Contenção de Gastos, como a PEC do “Teto de Gasto” – hoje o conhecido “Arcabouço Fiscal”, que só limita o que deve ser investido para o bem do povo pobre.

Quando falamos em matemática do arrocho salarial, falamos em números que compõe todo o Produto Interno Bruto – PIB, ou seja, tudo o que a classe operária, o campesinato e demais setores da economia produziram no país, donde é feito as projeções e tirado o Orçamento Geral da União, que para 2025, será de R$5,7 trilhões de reais, porém essa matemática de arrancada, vai privilegiar os banqueiros e grupos financeiros com 44% de todo seu montante, ou seja, meia-dúzia de parasitas abocanharão R$2,53 trilhões de reais, que deveria ser investido no país. Mas como, dizer isso de um “governo popular”, que está fazendo um governo de “União e reconstrução”?

Simples, esse governo que se autoproclama ser de esquerda, age no mesmo “modus operandi” de um governo reacionário de centro, de direita, ou da de extrema-direita, pois ambos é parido do mesmo útero, gerado pela grande burguesia e o latifúndio, fecundado pelo imperialismo, principalmente ianque, através de eleições farsantes, que de tempos em tempos, escolhe alguém para manusear o chicote no lombo do povo.

A política do falastrão pelego-Mor, Luiz Inácio é a de roça-roça, acende uma vela pra deus e outra para o Diabo, tudo em nome da “governabilidade”. Vejamos então como a sua fórmula matemática sofreu um retrocesso: quando era sindicalista (embora fabricado pelo estrategista militar o general Golbery do Couto e Silva), dizia que o salário mínimo deveria ser o defendido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos – DIEESE, que hoje seria em média R$6.959,31 e não os míseros R$1.518,00 sancionado por ele para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2025.

Não bastando essa discrepância de estipular um salário que não atende as necessidades básicas de uma família de 4 pessoas (como fora calculado governo Vargas, que publicou o Decreto-Lei nº 2.162/01/05/1940). O pelego-Mor, nem mesmo a regra de correção do salário mínimo, criada em seu governo seguiu, simplesmente a ignorou e meteu a mão no bolso do mais pobre para atender aos ditames do mais rico. Vejamos um pequeno exemplo que ocorreu nesse ano: “o salário era para ser atualizado pela soma do resultado do índice anual de inflação até novembro (INPC) do ano anterior com o resultado do avanço do PIB de dois anos antes. O INPC desse ano ficou em 4,84% no acumulado de 12 meses, enquanto o PIB de 2022 foi de 3,2%. A soma resulta em 7,68%.”, dados retirados do Jornal A Nova Democracia de 28/12/2024.

Agora, mesmo com tal previsão, usou uma nova fórmula, para atender os magnatas, como sempre, retira do lombo do povo, principalmente do mais humilde. Não só rebaixou o índice para 7,5%, como estabeleceu uma nova fórmula para a correção do salário mínimo, que ao invés de ser corrigido, pela soma do resultado do índice anual de inflação até novembro – INPC do ano anterior com o resultado do avanço do PIB de dois anos antes: irá crescer entre 0,6% a 2,5% acima da inflação, até 2030 a depender do PIB no ano anterior, só para se ter uma base de como esse método é de arrocho, que para atender aos desejos dos magnatas, o governo mudou as regras, esse ano teria de corrigir o salário mínimo em 3,2%, somado aos 4,84% do INPC, ou seja, ao invés de aplicar 8,04%, que elevaria o salário para R$ 1.525,52, estabeleceu apenas 7,5%, decretando o salário mínimo em R$1.518,00 (-R$7,52 a menos pra cada assalariado) e ainda estabeleceu que, no ano que vem, a correção será variável entre 06% a 2,5%, somado ao índice do INPC até 2030.

Delfin Neto – ex-ministro dos militares, defendia a “teoria do bolo”, alegava que: “Primeiro temos de fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo”, tão criticado por esse ex-sindicalista e seus pares, agora nem isso fazem, simplesmente mudam a regra, para atenderem descaradamente seus amos especuladores. O povo brasileiro, sofre há séculos pela política colonial e semicolonial, própria de um país de capitalismo burocrático, cuja finalidade é atender aos investidores externos, não à toa, que o preço do mercado interno do petróleo é baseado no Preço de Paridade de Importação – PPI* – de acordo ao Dólar, que é flutuante, monitorado diretamente pelo grande grupo financeiro, de uma casta formada por sanguessugas, que se colocam acima do bem e do mal.

Pelo visto, o pelego-Mor e seus bajuladores, não aprenderam com os erros cometidos em seus quase 14 anos de gerenciamento do velho Estado burocrático brasileiro. O que notamos é que, para eles o que importa é a “governabilidade”, mesmo que para isso, tenham que rifar o povo e as massas operárias e para isso, ofertam cargos de destaque nas entranhas do velho Estado, aos que comungaram com ele nessa empreita e com isso, conseguir uma trupe de bajuladores, que defenderão seus rendosos “lugarzinhos ao sol”, como fez com as Centrais Sindicais em 2008, legalizando-as, para controla-las e deixa-las passivas e por esse motivo, os sindicatos pagaram um preço caro com a “reforma trabalhista” de 2017, ao perderem mais de 90% de sua receita financeira e ter o seu poder de fogo reduzido, a ponto da extrema-direita bolsonarista, propagandearem o “fim dos sindicatos” e com suas “Fake News”, fizeram valer a máxima de que “todos sindicatos são petistas” e com isso, conseguiram colocar uma certa parcela das massas trabalhadoras, radicalizadas contra os sindicatos e a patronal a regozijar e retirarem direitos históricos, conquistados com muita luta, sangue e suor da classe ao longo de sua história.

A forma que Luiz Inácio trata a questão dos direitos trabalhistas, que foram usurpados com a “reforma trabalhista” é a mesma que trata a questão agrária, onde havia prometido: “vou resolver em uma canetada” e não resolveu em seus dois governos e nem no de sua pupila Dilma Rousseff, hoje os camponeses e luta pela terra, são perseguidos e assassinados, por defenderem a terra para quem vive e trabalha. Só que não esperando por promessas, escrevendo a história com suas próprias mãos, desfraldando a bandeira da Revolução Agrária, tomando e cortando as terras usurpadas pelo latifúndio – inimigo secular do nosso povo camponês, indígenas e quilombolas e por isso a classe operária deve apoiá-los.

Nesse sentido, é tarefa de toda a massa trabalhadora se unificar para destruir os inimigos comuns, sem pestanejar e não cair nas garras de uma extrema-direita que se alçou ao poder, justamente usando o vácuo deixado por essa “esquerda” eleitoreira, conciliadora, que apregoa o que não pode cumprir dentro de uma política podre, criada pelo imperialismo e levada a cabo pela grande burguesia e o latifúndio, pois o poder deve emanar das mãos do povo, porém esse não virá de promessas, mas de muita luta e para alcança-lo, a classe deve buscar formas de se organizar, criando Comitês de Defesa do Povo e inicia-lo exercitando na preparação de uma Greve Geral de Resistência Nacional, pois o que vimos nesse final de 2024, foi o governo enchendo as burras dos banqueiros e dos especuladores financeiros com 44% do Orçamento Geral da União para 2025 e para garantir que não houvesse surpresas, só em dezembro, injetou R$8,1 bilhões de real no Congresso, para que esses assegurassem o “apoio político” em seus projetos prioritários, como o “arcabouço fiscal”, porém, o próprio Supremo Tribunal Federal – STF, através do Ministro Flávio Dino, questionou as irregularidades dessa manobra.

Preparemo-nos, pois o ano de 2025 virá com grandes tormentas e para os que sempre remaram contra a corrente, não será surpresa, porém, os que não estiverem preparados, poderão ser pegos de surpresa e não podemos deixar que ratazanas, surfem na onda de nossa classe. Devemos defender com unhas e dentes a nossa justa causa, mesmo que por enquanto, isso tenha sido um pesado fardo, carregado por poucos, pois com certeza, as massas estão prestes a se despertarem.

Preparar a Greve Geral de Resistência Nacional!

Exigir a revogação das “reformas trabalhistas e previdenciárias!

Exigir terra para quem nela vive e trabalha!

Combater as leis antipovo e vende-pátria desses governos de turno!

 

Liga Operária, São Paulo, 01 de janeiro de 2025.

 

Nota: A política de Preço de Paridade de Importação – PPI, foi adotada no governo Michel Temer em outubro de 2016 e vigorou até o dia 16 de maio de 2023 pela Petrobrás. Porém ainda é feito uma nova política de preço para o petróleo,  usando duas variáveis, que ainda mantém o preço lá no alto.   (Como deixou claro o presidente Jean Paul Prates “a Petrobras, não vai se “desgarrar” das cotações do mercado internacional.)

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