Fábrica da BYD explora trabalhadores chineses com conivência do PT em verdadeiro campo de concentração!

No dia 27 de Novembro de 2024, veio a público denúncia feita pelo portal “Agência Pública”  de que operários chineses estariam sofrendo agressões físicas e psicológicas, além de estarem submetidos a condições degradantes de higiene e alimentação. Tudo isso estaria acontecendo no canteiro de obras da BYD, empresa chinesa que está instalando uma fábrica de automóveis elétricos na cidade industrial de Camaçari, região metropolitana de Salvador, Bahia.

Nos vídeos e fotos enviados à Agência Pública os operários são vistos sem EPI (equipamento de proteção individual) algum, andando descalços pelo canteiro de obra, se alimentando de sopa servida em um cooler próprio para bebidas e refrigerantes, e tomando água diretamente de poças no canteiro, pois não havia água potável disponível.

Além disso, na empresa AE Corp, responsável por montar a estrutura metálica interna onde serão produzidos os carros elétricos, também foram denunciadas irregularidades como o refeitório estar montado exatamente no local de trabalho, impedindo o direito ao descanso e impondo jornada ininterrupta.

Mais vídeos de denúncia mostram mestres de obra agredindo os operários. Por conta de atraso na entrega das obras, houve aumento a pressão e exploração dos operários, consequentemente, exigindo mais rapidez nas obras, menos horas de descanso etc.

Após a denúncia, no dia 24/12/2024, uma equipe do Ministério Público do Trabalho foi até o local e identificou a situação dos operários como trabalho “análogo a escravidão” ((nome oficial que o velho Estado dá às relações de exploração servis, semi-feudais).). Foram resgatados 163 trabalhadores da condição.

Como reação para inglês ver, a BYD encerrou o contrato com a Jinjiang Group alegando cinicamente que não tolerava desrespeito à lei brasileira e a dignidade humana, pondo a responsabilidade toda em cima da empresa terceirizada.

Logo após as denúncias, e o resgate dos trabalhadores pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), a BYD passou a investir pesado na vigilância dos funcionários. Mais de 135 câmeras foram instaladas em vários locais, mais de uma no mesmo cômodo, e mesmo um programa de computador foi criado para monitorar telefones dos trabalhadores, tudo com a justificativa de lidar com a espionagem industrial.

A situação é de um verdadeiro campo de concentração levado a cabo pelos social-imperialistas chineses em território nacional. Trabalhadores chineses que viviam em condições de prisioneiros, sem poder voltar para casa, com um sistema de vigilância e monitoramento, além da repressão física. Poderíamos estar na 2ª Guerra Mundial em Auschwitz, mas não, estamos falando de uma cidade da Bahia, sob o suposto governo estadual pretensamente “progressista” do PT,  que teve total conveniência com a situação.

Tanto o governador da Bahia quanto o prefeito de Camaçari, ambos do PT, defenderam a BYD, a coitadinha da história aparentemente. Jerônimo Rodrigues, o governador da Bahia afirmou ao monopólio de imprensa: “nós somos um governador e um presidente de classe operária. Uma classe rural, oriundos de famílias pobres que sabem muito bem o que significam boas condições de trabalho”, com o cinismo típico de um politiqueiro profissional.

O prefeito de Camaçari declarou que  “Obviamente que o que tem de errado tem que ser corrigido, os direitos dos trabalhadores são invioláveis. Tanto assim que [a BYD] já retirou a empresa. Foi rápido. […] A ação da BYD aqui dentro é uma revolução da tecnologia para o estado da Bahia e do Brasil. Ela [a BYD] está invertendo o gráfico da produção industrial de automóveis e, obviamente, os concorrentes vão para cima para tentar desgastar”. Deixando, maliciosamente subentendido que os acontecimentos, documentados por vídeos e apurados por profissionais do próprio governo, poderia se tratar de ações de propaganda de concorrentes, adversários da BYD.

Claramente o que está em jogo é a disputa do social-imperialismo chinês e sua influência no governo oportunista e anti-operário de Luís Inácio, contra a hegemonia do imperialismo norte-americano em seu pretenso “quintal”, América do Sul, até porque a principal empresa concorrente no mercado mundial de carros elétricas  é a Tesla, pertencente ao reacionário empresário norte-americano Elon Musk, muito bem alinhado e representado no governo recém empossado de Trump.

Os operários chineses, em meio a pugna e conluio entre os imperialistas de plantão, são os que mais sofrem. Desmascarar o social-imperialismo chinês e os oportunistas de PT sobre esse caso é questão chave para os lutadores do movimento sindical combativo em nosso país.

Liga Operária, 23 de Janeiro de 2025.

Belo Horizonte

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